Nada é tão revelador da mudança atual na correlação internacional de forças quanto o deslocamento da “fronteira do perigo” no mundo. Durante séculos, essa linha esteve na Europa, em particular, na divisa entre Alemanha e França, de onde irromperam várias guerras regionais e duas guerras mundiais catastróficas. Hoje, com a emergência da China no papel de potencial mundial e o ressurgimento da Rússia nessa categoria, a linha de perigo se deslocou para leste, mais especificamente para a região do Oriente Médio, onde está em curso a preparação de enorme e terrível conflito. Um dos lados tem forma nítida e organizada: os Estados Unidos e seus aliados da Otan, associados a expressões locais de aristocracia tribal capitalista fundada no petróleo. O lado oposto, a articular-se em defesa de Irã e Síria, que o bloco estadunidense quer ocupar, ainda toma forma.
Há dias publicamos em Mirante a matéria com o título acima, na qual MK Bhadrakumar analisa a evolução desse conflito. Hoje, novamente divulgamos crônica interessante do diplomata e publicista indiano a respeito do tema. Ele fala da recente reunião em Pequin da Organização de Cooperação de Xangai, um pilar da aliança em construção que se contrapõe ao imperialismo estadunidense, juntando China e Rússia a vários países vizinhos, com aproximação de Índia, Paquistão, Afeganistão e Irã. O original você pode ler clicando aqui e a tradução, apresentada na Internet por Sergio Caldieri, vem a seguir: